COOPERATIVA DE SOJA BRASILEIRA E GRUPO RUSSO FORMAM JOINT VENTURE
Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia (Carol) se unirá ao Grupo Sodrugestvo, maior produtor de óleo e farelo de soja da Rússia.
A Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia (Carol), uma das cinco maiores do País, com um faturamento anual de R$ 1 bilhão, anunciou nesta quinta-feira, 8, a formação de uma joint venture com o Grupo Sodrugestvo, maior produtor de óleo e farelo de soja da Rússia, com um processamento anual de até 5 milhões de toneladas do grão. A companhia, batizada de Carol Sodru, terá 51% de participação dos russos e 49% da cooperativa brasileira, com sede em Orlândia (SP).
Os valores do negócio, que prevê a injeção e a capitalização da Carol, não foram revelados, pois ainda dependem de um processo de due diligence (auditoria), feito pela consultoria PricewaterhouseCoopers. A operação prevê que todos os ativos da Carol de originação e processamento de soja nos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Tocantins, os de distribuição de fertilizantes e insumos, além da produção e distribuição de sementes de soja, sejam transferidos para a Carol Sodru. Ficarão fora do negócio, que deve ser finalizado em junho, a área de nutrição animal e as lojas da cooperativa.
José Renato de Almeida, gerente financeiro da Carol, admitiu que a busca por um sócio foi por motivos financeiros. “O crédito para o agronegócio no Brasil não chega ao produtor e às cooperativas; exemplo disso é que o governo lançou o Procap (Programa de Capitalização de Cooperativas), com R$ 2 bilhões em recursos, que até agora seguem nos bancos”, disse. “Como os bancos internacionais também deixaram o setor, a opção foi buscar um sócio estratégico estrangeiro, caminho já seguido por várias usinas de açúcar e álcool”, completou Almeida.
Com a operação, a Carol, que hoje processa 700 mil toneladas de soja apenas para o mercado interno, prevê movimentar, com a Carol Sodru, 3 milhões de toneladas de soja até a safra 2014-2015, entre transgênica e não transgênica, a maioria para exportação. A nova empresa prevê ainda se tornar importadora e distribuidora de fertilizantes e insumos no Brasil e desenvolver a capacidade de processamento e esmagamento em novas regiões do País.
Apesar de não revelar valores, Almeida acredita que, após a efetivação do negócio, a operação que criará a Carol Sodru será a maior com uma cooperativa no País. Será ainda a segunda que envolverá uma cooperativa e um grupo investidor internacional. Em 1997, a gaúcha Camil transformou-se em uma Sociedade Anônima e, um ano depois, se tornou sócia da norte-americana TCW. No entanto, em 2006, a Camil recomprou a participação da TCW e voltou a ter capital nacional (O Estado de S.Paulo, 9/4/10)
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