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Álcool já está 19% mais caro em SP, mas preços devem cair nos próximos dias

Desde o dia 1º de abril, o preço do álcool não para de subir em São Paulo. No acumulado do período, o aumento já está em 19% nas bombas, afirma o presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Gouveia.
A forte elevação é reflexo do aumento no preço do álcool hidratado combustível que, de acordo de acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), ficou em 18,7% entre os dias 1º e 9 deste mês.
“Temos que entender a lógica do mercado, dono de posto não aumenta, repassa o aumento”, afirmou Gouveia. E segundo essa lógica, a elevação do preço reflete a falta do produto no mercado. “Os estoques estão baixos”, disse.
No início desse ciclo, estão as chuvas. Elas atrapalharam a colheita da cana, o que prejudicou a produção de etanol. Com os estoques baixos, o preço sobe.
ABASTECIMENTO
“Há uma dificuldade, mas não podemos falar em desabastecimento”, ressaltou o presidente do Sincopetro. Ele cita, por exemplo, que um posto de uma cooperativa de táxis do estado efetuou um pedido de 20 mil litros de álcool na última semana, mas só recebeu 5 mil litros. Gouveia diz que não é um exemplo isolado. “Estamos tendo dificuldades de comprar o produto”, diz.
Por meio de nota, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) ressaltou que essas dificuldades encontradas pelas distribuidoras nada têm a ver com a disponibilidade do produto nas usinas e, sim, por conta de questões logísticas.
Gouveia acredita que, apesar das dificuldades, essa situação já deve mudar na próxima semana, quando os estoques de etanol devem voltar a ficar nos patamares normais. “Se não chover”, considera. Com isso, os preços devem começar a cair em dez dias, prevê Gouveia.
MERCADO INTERNO
Segundo os últimos números da Unica, as vendas internas de etanol no País cresceram 11,43% considerando o período acumulado de abril do ano passado a março deste ano. Considerando apenas o etanol anidro, as vendas ficaram 1,88% maiores no período. Já o hidratado, utilizado nos carros flex, vendeu 11,43% mais.
Apesar do aumento no acumulado, considerando apenas o mês de março, o mercado doméstico consumiu 13,35% menos etanol, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ao todo, foram comercializados no País 1,52 bilhão de litros do produto (InfoMoney, 14/3/10)