São Martinho assina contrato definitivo com a Amyris Biotechnologies
O Grupo São Martinho, um dos maiores produtores de açúcar e etanol do Brasil, anunciou nesta quarta-feira (14) a assinatura do acordo definitivo com a empresa norteamericana Amyris Biotechnologies e sua subsidiária brasileira Amyris Brasil, para produção de especialidades químicas a partir do caldo da cana-de-açúcar.
Os dois grupos vão formar uma joint venture, controlada em igual proporção por ambas as partes, e investir na construção de uma planta química localizada junto à Usina São Martinho, em Pradópolis-SP. A nova unidade utilizará a tecnologia da Amyris — que se baseia na modificação de leveduras, capazes de converter a sacarose — para produzir farneseno a partir do caldo da cana.
Em relação ao acordo preliminar, anunciado em dezembro de 2009, a principal modificação é que a São Martinho permanecerá como controladora integral da Usina Boa Vista – antes, havia a intenção de vender 40% da unidade à Amyris. Outra alteração importante é que a nova planta que produzirá especialidades químicas será erguida junto à Usina São Martinho, em Pradópolis-SP, e não mais junto à Boa Vista, em Quirinópolis-GO.
O início da construção da nova planta, cuja capacidade de processamento inicial é equivalente a 1 milhão de toneladas de cana de açúcar por safra, está condicionado, entre outros, à aprovação do projeto de engenharia e à obtenção de licenças ambientais, até dezembro deste ano. Entre os produtos que poderão ser gerados com a parceria estão químicos renováveis para uma variedade de bens de consumo e aplicações industriais que hoje dependem de componentes petroquímicos, entre eles lubrificantes, polímeros, sulfactantes, preservantes e cosméticos. Também será possível a produção de diesel renovável e combustível para aviação, cuja performance é igual ou superior à de biocombustíveis existentes e dos combustíveis à base de petróleo.
O Grupo São Martinho fornecerá xarope de cana-de-açúcar para a joint venture e a comercialização da produção da joint venture será feita pelo Grupo Amyris.
SOBRE O GRUPO SÃO MARTINHO
O Grupo São Martinho está entre os maiores grupos sucroenergéticos do Brasil, com três usinas em operação: São Martinho, em Pradópolis (região de Ribeirão Preto, SP); Iracema, em Iracemápolis (região de Limeira, SP) e Boa Vista (Quirinópolis, a 300km de Goiânia, GO), além de uma unidade para produção de ácido ribonucleico, a Omtek, também em Iracemápolis. O índice médio de mecanização da colheita é de 82%, chegando a 100% na Usina Boa Vista. Para mais informações visite o site www.saomartinho.ind.br.
SOBRE A AMYRIS
A Amyris utiliza uma tecnologia proprietária de biologia sintética para criar um portfólio de combustíveis e materiais químicos renováveis com o objetivo de ajudar a reduzir o volume de dióxido de carbono no mundo. Além de amigáveis com o meio ambiente, os produtos Amyris são concebidos para serem acessíveis e compatíveis com a infraestrutura existente, dotados de atributos de desempenho comparáveis aos dos produtos à base de petróleo. A Amyris opera duas subsidiárias: Amyris Fuels LLC e Amyris do Brasil. A Amyris Fuels está criando capacidades de distribuição e marketing de produtos nos Estados Unidos e gerando receita, atualmente, através de uma rede crescente de distribuição e de clientes. A Amyris do Brasil foi fundada em março de 2008 para supervisionar o “scale-up”, o licenciamento, a produção e a distribuição da Amyris no Brasil.
Amyris e São Martinho alteram acordo para produção de químicos
O grupo São Martinho informou ontem ao mercado que assinou o contrato definitivo com a Amyris Biotechnologies para implantação de uma indústria de especialidades químicas com duas alterações em relação ao acordo preliminar, firmado no início de dezembro. A primeira delas é que essa indústria não será mais construída ao lado da Usina Boa Vista, pertencente à São Martinho e localizada em Goiás. O projeto será redirecionado agora para a usina São Martinho, localizada em Pradópolis (SP), e a maior do grupo. A segunda mudança é que a Amyris não se tornará mais acionistas de da Boa Vista, como tinha sido previsto anteriormente.
No acordo preliminar da parceria, a Amyris teria participação de 40% na Boa Vista e a São Martinho os outros 60%. O aporte da Amyris na usina seria de R$ 140 milhões. Do total, R$ 40 milhões seriam pagos em dinheiro, outros R$ 50 milhões em ações da Amyris Biotechnologies – o que permitiria à São Martinho ter uma fatia de até 6% na companhia americana – e os outros R$ 50 milhões serão pagos em 31 de dezembro de 2012, ou quando a Amyris fizesse oferta pública de ações.
Agora, a parceria se restringirá portanto à indústria química. Será criada uma empresa, batizada de SMA Indústria Química, que terá participação de 50% para cada uma das duas empresas.
O valor do investimento na nova unidade continua o mesmo, segundo a assessoria da empresa brasileira, portanto, em US$ 50 milhões. A alteração se deveu, segundo a companhia, ao fato de a usina São Martinho ter um volume de processamento de cana maior do que a da usina Boa Vista. Na safra 2009/10, a unidade paulista processou mais de 8 milhões de toneladas de cana, enquanto a Boa Vista, em torno de 3 milhões de toneladas.
A indústria química demandará por ano caldo da cana equivalente à moagem de 1 milhão de toneladas, volume cuja proporção será mais confortável em uma usina de 8 milhões de toneladas do que em uma de 3 milhões de cana (Valor, 15/4/10)