16/04 – Lula e Hu Jintao anunciam "PAC Chinês"

Plano prevê ação convergente de Brasil e China em fóruns internacionais, como a OMC, e defende reforma financeira. Proposta de mudar Conselho de Segurança da ONU é comemorada pelo Itamaraty; grupo dos Brics também se reuniu ontem em Brasília.
O presidente Lula e o dirigente chinês, Hu Jintao, assinaram e anunciaram ontem, em Brasília, o Plano de Ação Conjunto 2010-2014, que foi apelidado de “PAC Chinês”.
O plano prevê empenho para posições convergentes em fóruns como ONU, OMC e grupos econômicos, como o G20 e o G5, “para salvaguardar direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento”.
O novo PAC -referência ao Programa de Aceleração do Crescimento- defende a reforma da governança econômica global e das instituições econômicas/financeiras internacionais, a aplicação de medidas que levem à superação da crise financeira global e a retomada já da Rodada Doha (para liberalizar o comércio).
Prega, ainda, a reforma da ONU e do seu Conselho de Segurança, o que foi comemorado pela diplomacia brasileira como passo importante para fazer avançar a pretensão do país de obter cadeira permanente no órgão, já que a China é um de seus atuais cinco integrantes.
“[Brasil e China] intensificarão a cooperação com vistas a superar a crise financeira e à reforma do sistema financeiro internacional, em particular pelo aumento da representatividade e da voz dos emergentes e dos países em desenvolvimento; advogarão conjuntamente o estabelecimento de um sistema financeiro internacional igualitário, justo, abrangente e ordenado”, diz o texto conjunto.
Os países também incluíram no documento o exame do uso de moedas locais no comércio bilateral.
O encontro Lula-Jintao foi considerado o mais importante em meio a outras reuniões bilaterais e de duas cúpulas de chefes de Estado, ontem, no Itamaraty: o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) e o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
O novo plano prevê uma série de parcerias além de econômicas e comerciais, estendendo-se às áreas cultural, educacional, de defesa e agrícola. Os textos resultantes do encontro fazem referência até a um tema delicado na China: os direitos humanos. Preveem a promoção de “diálogo nessa área e a troca de melhores práticas” (Folha de S.Paulo, 16/4/10)