PREÇO DA COMMODITY DOBROU EM 12 MESES
Ainda que tenha amargado demanda internacional relativamente estável nos últimos anos, o suco de laranja encontra em crises de oferta de seus principais atores fôlego para valorizações no mercado internacional.
E é basicamente em razão de previsões de redução da produção em São Paulo e na Flórida – Estados que reúnem os maiores parques citrícolas do mundo, com ampla vantagem para o brasileiro -, que a commodity segue em elevado nível na bolsa de Nova York. Ambos enfrentaram adversidades climáticas com impacto na colheita de laranja e ambos se deparam com a proliferação da doença conhecida como greening, que pode levar à erradicação de pomares.
Sobretudo graças a esses fatores negativos – ainda que tenha havido alguma recuperação de consumo em países ricos após o pior da crise financeira -, as cotações do suco de laranja acumulam alta de 101,97% na bolsa de Nova York nos últimos 12 meses, conforme cálculos do Valor Data baseados nos contratos futuros de segunda posição de entrega.
Apesar da fase positiva, especialistas ressalvam que, uma vez recomposta a oferta, a pressão sobre as cotações deve voltar. As exportações do Brasil são concentradas em países desenvolvidos – a Europa absorve 70% do volume total – por ser o produto caro em relação a concorrentes como sucos prontos, refrescos e refrigerantes (Valor, 16/3/10)