"Saúde Animal é questão central do comércio mundial de produtos de origem animal", diz especialista da OIE

O impacto das normas da Organização Mundial de Saúde Animal (OEI,da sigla em inglês para Office International des Epizooties), organismo internacional dedicado à defesa da saúde e boas práticas de comércio de produtos de origem animal, foi tema de palestra realizada nesta quarta-feira pelo representante subregional da instituição na América Latina, Jose Joaquin Oeamuno, durante o 11° Congresso Pan-americano do Leite, que acontece em Belo Horizonte, até o dia 25 de março.
Em sua apresentação, Jose ressaltou a importância central dos cuidados com a saúde dos animais num momento em que o comércio no setor se dá de forma cada vez mais global e intensificada.
Graças a fatores como o crescimento da população mundial e o aumento do poder de compra em vários países do mundo, a demanda por produtos animais, como carne e leite, deverá ter incremento de 50% até 2020.
Se, por um lado, o impulso nas vendas mundiais representa ganhos para produtores, por outro, implica na maior preocupação com a proteção do gado, já que a maior circulação de animais e pessoas acarreta também na maior disseminação de patógenos, microorganismos causadores de doenças.
Para ilustrar a gravidade do problema, Jose citou dados de 2007, quando doenças causaram a perda de 20% da produção mundial de derivados de animais em todo o mundo. Além dos danos materiais, há também os possíveis danos à saúde humana, que podem ser ocasionados pelo consumo de material contaminado, já que 60% dos patógenos humanos são de origem animal, e 75% das enfermidades em países emergentes têm a mesma proveniência.
Medidas de segurança
O escopo de trabalho definido pela instituição, fundada em 1924 e que hoje integra 234 países membros, é baseado em planos de alcance mundial, que incluem incentivo à proteção dos países, a adoção de normas biológicas, de manejo e também comerciais, e a universalização dos conceitos de saúde pública.
As regras, definidas e divulgadas através de códigos internacionais de conduta, possibilitam a resposta rápida a problemas de impasse econômico e buscam a segurança da saúde humana e animal. “Somos um único mundo, uma única saúde, por isso precisamos de uma estratégia global para prevenir e gerenciar riscos”, afirmou Joaquim.
O palestrante destacou ainda a importância da participação ativa dos países na elaboração das normas adotadas pela instituição. Atualmente, 40% dos países do continente estão nos comitês do órgão. “Todos os países da América Latina devem participar das discussões porque elas afetam sua vida”, concluiu.
SERVIÇO:
Assunto: 11° Congresso Pan-Americano do Leite.
Local: Minascentro (Centro Mineiro de Promoções Israel Pinheiro) – Rua Curitiba, 1264 – Centro – Belo Horizonte – MG.
Período: 22 e 25 de março.
Fonte: 11° Congresso Pan-americano do Leite