Com mudança, Vale atende a chinesas

Ao mudar o modo de corrigir os preços do minério, a Vale atendeu, em parte, o pleito das siderúrgicas chinesas -responsáveis pela produção de quase 50% do aço mundial.
Segundo Antonio Emílio Ruiz, analista do BB, o novo mecanismo leva em conta o preço do mercado spot (à vista e com entrega imediata), mas dá um desconto nos contratos com as siderúrgicas.
Isso porque o volume vendido é maior e há garantia de fornecimento do produto no longo prazo. Por isso, diz, a Vale não tem como ajustar na mesma proporção os preços trimestrais aos do spot.
Se fosse considerar apenas a referência do preço spot na China, estima, a alta seria de 110%, e não os 90% acertados com a Nippon Steel e a coreana Posco -que tem contrato de longo prazo com a Vale.
Em relatório, o banco Barclays diz que a transição “histórica” do sistema de correção anual de preços para o ajuste trimestral poderá ser mais lenta do que o previsto.
É que, avalia, há uma grande resistência das usinas europeias -responsáveis por um quarto da demanda global de minério.
Por isso, o banco crê que vigorarão regimes de preços provisórios e coexistirão os dois sistemas: o mais flexível e trimestral na Ásia e o anual na Europa, os dois grandes centros da siderurgia (Folha de S.Paulo, 31/3/10)