23/04 – Milho Chicago – Ceema

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As cotações do milho em Chicago, ao contrário da soja, ficaram relativamente estáveis nesta semana, fechando a quinta-feira (22) em US$ 3,62/bushel, após atingirem US$ 3,63 uma semana antes.
O mercado internacional do milho sofre menos a pressão especulativa do capital financeiro neste momento, ao mesmo tempo em que se depara com abundante oferta e estoques. O clima ameno e propício ao plantio nos EUA auxiliou a frear qualquer movimento de alta em Chicago, durante a semana. Essa última realidade acaba influenciando sobre a soja, pois não se confirmaria a tendência de transferência de área do milho para a oleaginosa, em caso de manutenção do clima normal.
Até o dia 18/04 o plantio de milho nos EUA chegava a 19%, contra a média histórica de 9%. Ou seja, o plantio está muito avançado!
Assim, as cotações do cereal só não caíram mais na semana porque o petróleo viu seus preços se recuperarem um pouco no mercado mundial, mantendo-se bem acima de US$ 80,00/barril e o dólar, em alguns momentos, perdeu força perante as principais moedas do mundo.
Na Argentina, a colheita do milho alcançou 45% da área até o dia 15/04, contra 56% no mesmo período do ano anterior. O preço da tonelada FOB, após subir um pouco, fechou a semana novamente em US$ 157,00. Enquanto isso, o produto do Paraguai se manteve em US$ 110,00.
No Brasil, os preços pouco evoluíram! Apenas no norte do Rio Grande do Sul os lotes do produto acusaram uma recuperação, fechando a semana em R$ 17,25/saco (ganho de um real na semana), enquanto em Uberlândia (MG) e Chapecó (SC) o mesmo recuou, fechando respectivamente em R$ 15,75 e R$ 17,70/saco. Nas demais praças os preços se mantiveram, com Rondonópolis (MT) ficando com R$ 10,50/saco. No balcão gaúcho, o saco foi cotado em R$ 14,95 na média semanal. Na exportação, reportados negócios a US$ 170,00/tonelada para agosto, com produto paranaense.
Com o término da colheita da soja, o retorno ao corte do milho vem pressionando com novas ofertas o mercado deste cereal. Lá onde a colheita está praticamente encerrada e a safrinha é pequena, os preços se comportam um pouco melhor, caso do mercado gaúcho. Nesse sentido, até meados de abril a colheita da safra de verão no Centro-Sul brasileiro atingiu a 78%, sendo 95% no Rio Grande do Sul, 70% em Santa Catarina, 76% no Paraná, 69% em São Paulo, 90% no Mato Grosso do Sul e Goiás, 43% em Minas Gerais e tendo-se encerrado no Mato Grosso.
Quanto à safrinha, o Paraná estaria negociando antecipadamente a mesma com preços ao redor de R$ 15,00/saco, enquanto no Centro-Oeste os preços estão abaixo de R$ 10,00/saco, sendo que no nortão do Estado o saco tem sido negociado a R$ 6,00, enquanto o preço mínimo é de R$ 13,20/saco.
O mercado espera com ansiedade a liberação dos leilões de comercialização para esta última semana de abril ou, na pior nas hipóteses, na primeira semana de maio. Isso poderá dar um fôlego aos preços do cereal, embora a tendência seja de um restante de ano nos atuais níveis, senão pior, diante da possibilidade da safrinha alcançar 20 milhões de toneladas. Nesse momento, o clima na safrinha passa a ser monitorado com atenção pelo mercado, podendo causar oscilações nos preços do produto. Por enquanto, não haveria previsão de chuvas para o Mato Grosso até meados de maio, fato que começa a inquietar o mercado. Ora, fontes locais, particularmente na região de Sorriso, dão conta de que senão chover até o final do mês 60% do milho safrinha estaria propenso a perdas importantes, pois o mesmo precisaria de mais uma chuva. Além disso, os outros 40% seriam ainda mais atingidos, pois necessitam de mais água.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias nacionais, valendo R$ 26,22/saco para o produto dos EUA, para abril, enquanto o produto argentino ficou em R$ 23,53/saco. Para maio, o produto da Argentina foi cotado a R$ 23,85/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou R$ 16,65/saco para abril, R$ 16,91 para maio, R$ 17,00 para junho, R$ 17,23 para julho, R$ 17,58 para agosto e R$ 18,09/saco para setembro. 
 
Ceema