BRASIL QUER INCENTIVAR PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS NA ÁFRICA OCIDENTAL

O Brasil quer incentivar a produção de biocombustíveis nos países da África Ocidental através de estudos e angariação de financiamentos de produção, afirmou hoje em Bissau o embaixador Jorge Geraldo Kadri.
O embaixador do Brasil na Guiné-Bissau falava aos jornalistas à margem de um seminário sobre as políticas públicas do Brasil sobre biocombustíveis, que decorre hoje em Bissau depois de iniciativas semelhantes em quatro países da África Ocidental (Senegal, Benim, Mali e Burkina Faso).
Naqueles países, técnicos de diferentes departamentos ministeriais do Brasil apresentaram as estratégias brasileiras no domínio de biocombustíveis e demonstraram as vantagens comparativas que a produção daquela energia poderá trazer.
Para melhor ajudar, o Brasil vai enviar à Guiné-Bissau “antes do final do ano” especialistas com a missão de fazer um levantamento exaustivo sobre as potencialidades do país no domínio da produção de biocombustíveis.
A missão terá como finalidade proceder ao levantamento das zonas para melhor cultivo de plantas que possam gerar biocombustíveis e quais as plantas que melhor se adaptam ao solo guineense.
O embaixador do Brasil destacou que a seguir a esse trabalho o seu Governo avançará para a procura de financiamentos para os empresários que queiram investir na produção de biocombustíveis.
Geraldo Kadri anunciou que o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDS) do Brasil já se mostraram disponíveis para apoiar a ideia.
“O primeiro passo é este seminário, o segundo é o estudo de potencialidades e o terceiro momento será o financiamento, porque sem o financiamento será impossível avançar com essa ideia toda”, disse o embaixador do Brasil na Guiné-Bissau.
Geraldo Kadri afirmou desconhecer qual a visão das autoridades guineenses sobre a produção de biocombustíveis no país, mas entende que a ideia não colide com o cultivo de alimentos “tal como muitos defendem no mundo”.
O diplomata brasileiro acha, contudo, que o país tem potencialidades enormes para a produção de biocombustíveis, a partir da terra hoje não aproveitada para o cultivo de alimentos e também a partir da polpa do caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau.
No ano passado, a Guiné-Bissau exportou cerca de 140 mil toneladas da castanha do caju.
“Mas, evidentemente a Guiné-Bissau tem que fazer o seu balanço se deve ou não avançar para a produção de biodisel”, afirmou Geraldo Kadri (Agência Lusa, 12/3/10)