ABAG ENUMERA PROPOSTAS A PRESIDENCIÁVEIS

images3Entidade setorial entregará lista com 16 pleitos e aguardará o posicionamento dos principais candidatos.
Os representantes do agronegócio reunidos sob o guarda-chuva da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) elaboraram uma lista com 16 tópicos com as reivindicações do setor para entregar aos quatro principais candidatos à presidência da República. A ideia é que os pedidos sejam analisados para que cada candidato grave um vídeo com suas respectivas propostas para o agronegócio, que serão apresentados no próximo Congresso da Abag, marcado para agosto deste ano.
Apesar de a ideia parecer nova, os pleitos do setor são basicamente os mesmos de quatro anos atrás. As propostas de mudanças partem do orçamento e papel do Ministério da Agricultura, passam pela defesa sanitária, infraestrutura e segurança fundiária e chegam ao meio ambiente e sustentabilidade. Os demais itens tratam de crédito, seguro rural, marketing, agroenergia, pesquisa e relações internacionais, além de tributação, contratos nas cadeias, certificações e montagem institucional.
“O agronegócio tem que usar sua força para trabalhar na implementação de seus anseios que não têm sido atendidos. Da lista entregue em 2006, um percentual próximo a zero foi atendido, sendo identificado uma melhora apenas na questão dos organismos geneticamente modificados”, diz Carlo Lovatelli, presidente da Abag.
Mesmo com a longa lista de reivindicações, o próprio setor reconhece que as questões tributária e fundiária, a infraestrutura deficitária e o meio ambiente são os quatro principais temas mais problemáticos. “Os 16 temas apresentados podem ser reavaliados. Queremos a contribuição de todos, já que cada setor tem a sua agenda e sabemos que não existe um consenso do próprio agronegócio. Nossa intenção é chegar o mais próximo disso”, diz Lovatelli.
A ideia da Abag é que o documento a ser entregue aos candidatos apresente o contexto de cada item, mostre o objetivo do setor com cada um dos pedidos e as melhores estratégias a serem adotadas. Mesmo com a intenção de detalhar ao máximo os pedidos para facilitar o entendimento dos candidatos, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues defendeu a apresentação de um número menor de propostas, que envolvam todos os pleitos do setor.
“Nosso problema não é falta de políticas para o agronegócio. O que falta é uma estratégia de Estado para o setor que envolva todos os ministérios necessários, porém, com a coordenação da [Pasta] Agricultura. Essa estratégia deve ser lastreada nas metas a serem apresentadas neste documento”, disse Rodrigues.
O ex-ministro lembrou que, mesmo diante do peso do agronegócio para a economia do país, nenhum representante do setor foi chamado para compor o Grupo de Acompanhamento da Crise, criado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no ano passado (Valor, 18/3/10)